A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lança, no dia 10 de abril, o WikiFavelas – Dicionário de Favelas Marielle Franco. A plataforma virtual tem como objetivo estimular e permitir a coleta e construção coletiva do conhecimento existente sobre as favela.

De acordo com Sonia Fleury, coordenadora do projeto e pesquisadora sênior da Fiocruz, cerca de 70 pessoas participaram da construção do projeto, que já soma cerca de 250 verbetes. Ela explica que a plataforma virtual é feita por meio da articulação de uma rede de parceiros que já se dedicam a este tema, tanto nas academias quanto nas instituições produtoras de conhecimentos existentes nas próprias favelas.

“A ideia surgiu ao perceber algumas deficiências na periferia, como a fragmentação dos conhecimentos sobre as favelas. Também há a dificuldade das lideranças locais que estão preocupadas em resgatar sua memória e a documentação sobre a comunidade. É preciso construir esses acervos e dar visibilidade para o próprio conhecimento. É a ponte do trabalho acadêmico com a construção coletiva das comunidades”, afirmou Sonia, à Rádio Brasil Atual.

O nome da plataforma presta homenagem à vereadora carioca pelo Psol, assassinada em março do ano passado, e que era uma das entusiastas do projeto. A iniciativa teve o apoio e a participação de Marielle Franco que escreveu uma ementa e uma proposta de verbete sobre a sua monografia em que discorre sobre Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

“Desde o início ela apoiou muito esse trabalho e chegou a escrever sua proposta, mas o assassinato dela impediu que sua voz continuasse a se manifestar. Então, fizemos a homenagem para mostrar que o compromisso político, através do nosso trabalho, é que a voz continue”, contou.

Sonia acrescenta que, apesar de a plataforma ser baseada em wiki, ela não foi feita dentro da Wikipedia. Isso porque a página tem o princípio de neutralidade, enquanto o dicionário da Fiocruz, de pluralidade. “Estamos tentando contar, através da favela, uma história que as pessoas desconhecem, (por estarem) tratando como se todas as comunidades fossem iguais, o que não é verdade. Cada uma tem sua história, suas políticas, trabalhos sociais.”

Fonte: Rede Brasil Atual

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