No início de outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro de um novo teste para diagnóstico de Covid-19, desenvolvido pelo CT-Vacinas, núcleo formado por pesquisadores da Fiocruz Minas e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Chamado de Kit Elisa Covid-19 IgG, o teste se baseia no método Elisa, sigla em inglês para ensaio de imunoabsorção enzimática, conhecido por oferecer menores riscos para resultados falsos negativos, devido à sua elevada sensibilidade. Essa mesma característica é atribuída ao kit desenvolvido pela equipe do CT-Vacinas, graças à sua capacidade de detectar baixos níveis de anticorpos.
Outro importante atributo do Kit Elisa Covid-19 IgG é a capacidade de detectar as variantes do coronavírus, mais presentes no Brasil e no mundo. “A proteína usada neste teste possui uma baixa taxa de mutação que se associa com os variantes, o que faz com que o exame possa identificar a presença do vírus em qualquer uma dessas variantes”, explica o pesquisador Ricardo Gazzinelli, coordenador do estudo.
O teste foi desenvolvido 100% no Brasil, contribuindo para garantir mais autonomia para o país no que se refere à testagem. Segundo Gazzinelli, com a aprovação da Anvisa, o kit já passa a ser distribuído aos laboratórios de campanha.
A pesquisa recebeu apoio da RedeVírus, ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Informações (MCTI), que destinou cerca de R$10 milhões. O Kit Elisa Covid-19 IgG tem também financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCT-V). O escalonamento dos processos e toda a produção serão realizados por Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz situada no Rio de Janeiro.
O estudo contou com a participação de vários pesquisadores, entre eles Ana Paula Fernandes, Flávio Fonseca, Santuza Teixeira, Flávia Bagno e Natália Salazar.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias