Para incentivar e apoiar a sociedade na criação de alternativas para minimizar o impacto da COVID-19 nas áreas de saúde, economia, impacto social e tecnologia, a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) lançou, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Plataforma Desafios.

A iniciativa recebeu 598 propostas de projetos, das quais 14 foram classificadas, oito na categoria “Pessoa Física” e seis na categoria “Pessoa Jurídica”. As soluções pontuaram pelos critérios de facilidade de implementação, impacto, eficiência e viabilidade jurídica e econômica.

Categoria Pessoa Física

Da categoria Pessoa Física, participaram cidadãs e cidadãos brasileiros e estrangeiros em situação regular no país, a partir de 18 anos de idade, individualmente ou em grupo. O edital previa até oito premiações para as propostas com melhor pontuação. Todos os projetos vencedores obtiveram mais de 90 pontos, em uma escala com variação de zero a 100.

Conheça as propostas vencedoras:
– Aumento da disponibilidade do Ventilador Mecânico com uso de Válvula Controladora: permite atender a dois pacientes simultaneamente com o ventilador mecânico, utilizando uma válvula controladora de fluxo bidirecional.
– Mandando a real sobre a COVID-19: propõe a criação de uma central de conteúdos artísticos, educativos, informativos e de engajamento direcionados ao combate à COVID-19 nas periferias.
– Aplicativo de Cooperação em Saúde: propõe estabelecer uma rede de parcerias entre União, estados e municípios para fazer a gestão dos recursos de saúde disponíveis, congregando as informações de projeções das curvas de contágio para antever a necessidade de insumos, inclusive para transporte de pacientes e formação de rede de parcerias.
– Aplicativo para acompanhar pacientes com COVID-19: a proposta é identificar o momento certo para buscar assistência presencial em unidade de saúde e auxiliar grupos de risco que precisem de cuidados precoces, monitorando parâmetros e indicando necessidade de auxílio médico.
– Aproximando a comunidade à sua Equipe de Saúde da Família através da tecnologia que já temos e que a maioria dos brasileiros possuem – WhatsApp: propõe usar os agentes comunitários de saúde como mediadores de informações. O agente cria um grupo de WhatsApp com as pessoas da sua área, adicionando um morador por residência. Diariamente, o agente de saúde fará perguntas básicas sobre sintomas no grupo e poderá também compartilhar informações em tempo real. Quem tiver sintomas receberá encaminhamento ao profissional habilitado.
– Coronavírus, o Jogo: desenvolvido para jovens de 12 a 16 anos, é um material educativo “gamificado”, que tem o objetivo de conscientizar jovens para a prevenção da COVID-19. Inclui site, aplicativo nas lojas e campanha de marketing.
– Tecer Esperança: o objetivo é enfrentar a escassez de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde. Em paralelo, propõe a geração de renda para populações vulneráveis que trabalharão na confecção de máscaras e aventais.
– HigienizAção: a proposta é instalar pias de assepsia com acionamento por pedal nas comunidades com aglomerados subnormais, espalhados no Brasil.

Categoria Pessoa Jurídica

A categoria Pessoa Jurídica foi aberta à participação de empresas, negócios de impacto, entidades privadas sem fins lucrativos, instituições de pesquisa científica e tecnológica (ICTs) públicas e privadas. Todos os projetos premiados obtiveram mais de 95 pontos na avaliação realizada pelas bancas examinadoras.

Conheça as propostas vencedoras:

UTI Control – COVID-19: é uma plataforma desenvolvida pela empresa 3 Wings, que permite a gestão e o monitoramento de diversas UTIs simultaneamente e em tempo real. É possível identificar vagas disponíveis, maximizar os tempos de liberação de leitos, necessidades pontuais de isolamento e ventilação mecânica (uso de respirador), permitindo o suporte mais intensivo e eficiente do ponto de vista hemodinâmico e respiratório. Tem ferramenta que permite organizar a fila, usando modelos preditivos, dos pacientes candidatos a leitos de UTI com base em dados assistenciais objetivos. Tem como público os órgãos gestores de saúde. A solução está pronta e vem sendo utilizada por 20 hospitais em Pernambuco.

Monitora COVID-19: apresentada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Técnica da Fiocruz, é um sistema de código aberto, interativo e escalável, que permite visualização e download de dados brutos e taxas por município, estados, países, bem como opções de modelos matemáticos, análises temporais e espaciais, cenários, medidas de combate, população de risco, relatório municipal. Permite o acompanhamento da pandemia e sua tendência ao longo do tempo, bem como a comparação dos dados brasileiros com os de outros países que estão em estágios mais avançados da epidemia. Viabiliza novas intervenções sociais e administrativas.

Aua (significa “gente”, em tupi-guarani): a ideia é conectar pequenos empreendedores que precisam de apoio para sustentar seus negócios a consumidores que desejam obter mais benefícios em suas compras do dia a dia. O aplicativo oferece cupons de desconto em produtos de pequenos negócios e dá visibilidade aos empreendedores, apostando na humanização.
Simulador de Dispersão do Coronavírus: simula o contágio do vírus com diferentes parâmetros, como o número de pessoas no ambiente, o número inicial de infectados, o percentual de confinamento social e a aquisição de imunidade de rebanho no tempo. O simulador mostra como o vírus se perpetua no ambiente, prediz curvas de contágio, as chamadas ondas. A simulação serve para fins de pesquisa e orientação preditiva aos interessados (do setor público, privado ou de organismos não-governamentais); sua simplicidade e acesso grátis servem para fins educacionais. A plataforma está disponível online.

Micro/nanocrédito comunitário + ações comunitárias: a proposta, enviada pelo Laboratório de Informática e Sociedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é investir na Rede de Bancos Comunitários de Desenvolvimento já existentes (com ênfase no Banco do Preventório) para que desenvolva soluções de microcrédito (para produção) e nanocrédito (para consumo). Em paralelo, propõe ações comunitárias como distribuição de cestas básicas.

CovidBR – Uso de Business Intelligence e Geoprocessamento no Combate à COVID-19 no Brasil: destinado a cidadãos, sociedade organizada e autoridades, o projeto é de autoria do Laboratório de Sistemas de Informação da Universidade Federal de Campina Grande. Propõe um sistema de visualização do progresso da pandemia, utilizando técnicas de Business Intelligence com Analytics e de geoprocessamento. O sistema integra dados relevantes para o combate à pandemia em um data warehouse espacial, que atua como um banco de dados centralizado. A partir desse banco de dados, podem ser realizadas diversas análises: espacial, temporal, espaço-temporal, mostrando informações relevantes: casos confirmados, mortes, leitos disponíveis por estado, região ou município, demonstrando a evolução da COVID-19 no país. Por meio do uso do sistema, as pessoas terão visão mais realista e simplificada do progresso da pandemia.

Premiações e incentivos

Somando a premiação e apoio financeiro, os incentivos oferecidos podem totalizar até R$ 1,75 milhão. A próxima etapa é avaliar os projetos que, além da premiação pela ENAP, têm os requisitos para receber apoio de implementação do BNDES, do Fundo Socioambiental da Caixa e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Parcerias

A Plataforma Desafios é uma iniciativa da ENAP, com apoio do PNUD, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Tribunal de Contas da União (TCU), BB Seguros, BB Consórcios, Cielo, Cateno, Livelo, Banco do Brasil e Caixa.

O apoio do PNUD à plataforma ocorre no âmbito do projeto em parceria com a ENAP que, desde 2016, promove capacidades e políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. O objetivo da parceria entre ENAP e PNUD é contribuir para o fortalecimento das capacidades estatais para a implementação da Agenda 2030, por meio de atividades de diagnóstico, produção e gestão de dados e capacitação e desenvolvimento de gestores públicos.

Fonte: ONU Brasil

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