No começo da epidemia do novo coronavírus no Brasil, em meados de março de 2020, médicos e especialistas eram unânimes quanto à orientação de que as máscaras protetoras deveriam ser utilizadas somente se o indivíduo estivesse com algum sintoma gripal. Fora isso, o uso deveria ser reservado aos profissionais de saúde. Só que mesmo com essa indicação, as máscaras sumiram das prateleiras das farmácias ou eram encontradas a preços abusivos.
Como demonstramos desde o início da cobertura jornalística, é preciso ter em mente que a epidemia do coronavírus é dinâmica e as recomendações mudam à medida que vamos entendendo como ela se comporta.
No último dia 03/04/2020, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) divulgou que as pesquisas mais atualizadas sobre a doença demostraram que os indivíduos assintomáticos ou pré-sintomáticos (aqueles que contraíram o vírus, mas ainda não apresentam sintomas) podem transmitir o vírus. Isso significa que mesmo que a pessoa esteja se sentindo bem, ela pode transmitir a doença.
Como no Brasil ainda não há testes suficientes para toda a população e, dessa maneira, fica difícil saber quem está infectado, respaldados nas evidências científicas mais recentes, tanto o CDC quanto o Ministério da Saúde recomendam que todos passem a utilizar máscaras sempre que saírem de casa neste período de isolamento social.
A máscara pode ser descartável ou de tecido, para diminuir a transmissão comunitária. Ainda assim, mesmo com o uso é importante manter o distanciamento social de cerca de 2 metros e as demais medidas de higiene recomendadas.
A confecção da máscara caseira é bastante simples, mas é importante se ater às seguintes recomendações
- Ela é de uso individual. Não a divida com ninguém. Cada membro da família deve ter a sua;
- É preciso que a máscara tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face;
- As máscaras caseiras podem ser feitas em tecido de algodão (camiseta velha, meias, calcinha, cueca, lenços), TNT ou outros tecido grosso (cachecol). O importante é que seja feita nas medidas corretas, cobrindo totalmente a boca e nariz, e que esteja bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais;
- Também é importante prender elásticos ou tiras para amarrar acima das orelhas e abaixo da nuca. Desse jeito, o pano estará sempre protegendo a boca e o nariz e não restarão espaços no rosto;
- À medida que ela ficar úmida (em cerca de 2 horas), é necessário trocá-la e higienizá-la. Para isso, lave-a com água e sabão (se quiser, após a lavagem deixe a máscara em água quente para esterilizar), depois deixe secar naturalmente e, por último, passe em ferro quente. É importante, portanto, ter pelo menos duas máscaras, para fazer as trocas. Lembre que você deve utilizá-las nas saídas ao mercado e farmácia. Dentro de casa, procure manter o distanciamento entre as pessoas;
- Atenção: Usar a máscara pode levá-lo a colocar mais a mão no rosto para se coçar ou ajeitar o acessório. Lembre-se sempre de não colocar a mão no rosto enquanto estiver de máscara.
Assista ao vídeo para aprender a confeccionar sua própria máscara:
Fonte: Portal Drauzio Varella