Após receber relatos de casos de inflamação cardíaca devido a miocardite e pericardite após a vacinação com injeções contra COVID-19 da Pfizer e da Moderna, especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram na sexta-feira (9) que os benefícios das vacinas ainda superam os riscos na redução de hospitalizações e mortes devido à infecção.
A miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco e a pericardite uma inflamação do revestimento que envolve o coração. Embora possam ocorrer doenças graves, os casos costumam ser leves e respondem bem ao “tratamento conservador”, disse em um comunicado o subcomitê para COVID-19 do Comitê Consultivo Global da OMS sobre Segurança de Vacinas.
Associação causal – De acordo com os dados do Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas dos EUA, aproximadamente 40,6 casos de miocardite por milhão após a segunda dose entre homens e 4,2 casos por milhão entre mulheres, foram notificados até 11 de junho de 2021 naqueles de 12 a 29 anos de idade que receberam as vacinas de mRNA contra COVID-19.
Para pessoas com mais de 30 anos, as taxas de notificação foram de 2,4 e 1,0 por milhão após a segunda dose, respectivamente, para homens e mulheres.
“Esses casos ocorreram com mais frequência em homens mais jovens e após a segunda dose da vacina, normalmente alguns dias após a vacinação. A evidência atual sugere uma provável associação causal entre miocardite e as vacinas de mRNA ”, escreveu o comitê da OMS, observando que recentemente o Comitê de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos confirmou a relação causal plausível.
De acordo com os especialistas, estudos mais rigorosos usando fontes de dados alternativas e projetos de estudo mais robustos estão em andamento. Eles continuarão a revisar a situação à medida que mais dados forem disponibilizados.
Orientação para pacientes e médicos – De acordo com os especialistas da OMS, os indivíduos vacinados devem ser instruídos a procurar atendimento médico imediato se desenvolverem sintomas indicativos de miocardite ou pericardite, como nova dor no peito ou dor que não passa, falta de ar ou palpitações após a vacinação.
Os médicos também devem estar cientes do risco de miocardite e pericardite com vacinas de mRNA e aqueles com maior probabilidade de serem afetados.
Eles devem estar alertas para qualquer dor torácica aguda, falta de ar e palpitações que possam ser sugestivas de miocardite após a vacinação, especialmente em adolescentes ou jovens do sexo masculino. É menos provável que eventos coronários sejam a origem desses sintomas entre os jovens.
“Sempre que possível, os casos suspeitos devem ser avaliados, orientados e acompanhados por consulta com cardiologista”, afirmaram os especialistas, acrescentando que também é importante descartar outras potenciais causas das disfunções, incluindo a infecção por COVID-19 e outras causas devido a infecção viral.
Embora reconhecendo os claros benefícios das vacinas de mRNA na redução de mortes e hospitalizações devido a infecções por COVID-19, o subcomitê incentivou todos os profissionais de saúde a relatar todos os eventos de miocardite e outros eventos adversos observados com essas e outras vacinas.
Fonte: ONU Brasil