A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) está apoiando seus Estados-membros a compreender melhor a condição pós-COVID-19 e as formas de tratar pacientes de forma mais efetiva.

Foi estabelecido um grupo de trabalho para gerar uma melhor compreensão dos efeitos da condição, desenvolver algoritmos de atenção ao paciente para os serviços de saúde e avançar em guias de manejo e reabilitação.

Também conhecida como “COVID-19 de longa duração”, a condição pós-COVID-19 descreve um percentual de pessoas que, após desenvolverem a doença, experimentam uma variedade de efeitos a médio e longo prazo. Entre os sintomas estão a fadiga, falta de ar e problemas cognitivos como confusão, esquecimento ou falta de concentração e clareza mental.

O comprometimento funcional pós-COVID-19 pode limitar a capacidade de uma pessoa realizar atividades cotidianas, incluindo trabalho ou tarefas domésticas. Também pode impactar o desempenho profissional e dificultar a interação social.

Enquanto a maioria das pessoas que desenvolvem COVID-19 se recupera completamente, estima-se que entre 10% e 20% dos pacientes sofram dessa condição, definida como sintomas que continuam por três meses após a infecção, duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por diagnósticos alternativos. O número exato de pessoas afetadas pela COVID-19 de longa duração é desconhecido.

“É difícil prever quanto tempo a condição pós-COVID-19 durará para um determinado paciente”, afirma o diretor de Incidentes para COVID-19 da OPAS, Sylvain Aldighieri. “Ainda há muito a aprender sobre a condição, mas as pesquisas atuais mostram que os pacientes podem apresentar sintomas persistentes por semanas ou meses após a infecção por COVID-19”.

Até o momento, mais de 90 mil casos de COVID-19 aguda em países das Américas, incluindo a condição pós-COVID-19, estão listados na Plataforma Clínica Global para a COVID-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), que coleta dados e descrições para apoiar pesquisas e compartilhar orientações sobre serviços clínicos para pacientes.

É a partir de dados como esses que especialistas estão elaborando diretrizes para atenção aos pacientes com a COVID-19 de longa duração.

Prevenção – A OPAS também distribuiu um folheto aos países sobre a condição, com informações para entendê-la, medidas que as pessoas podem adotar e orientações sobre diagnóstico, prevenção e tratamento.

O material, que também está disponível no site da OPAS, sugere que se busque atenção imediata em caso de falta de ar repentina e grave, dor no peito, pensamentos suicidas, tosse com sangue, dor de cabeça intensa, debilidade de um lado do corpo e dificuldade para falar.

“A melhor maneira de prevenir a condição é evitar a infecção por COVID-19 vacinando-se completamente, usando máscaras em espaços fechados, evitando aglomerações, mantendo uma distância de um metro de outras pessoas, lavando as mãos com frequência e mantendo os espaços bem ventilados”, aponta Aldighieri.

Isto porque, apesar de a condição pós-COVID-19 ser mais comum em pacientes que desenvolveram a forma grave da doença, há relatos de indivíduos que tiveram doença moderada, mas experimentaram algumas sequelas, principalmente respiratórias, neurológicas e psicológicas.

Educação – A OPAS também desenvolveu atividades de formação dirigidas a tomadores de decisão e profissionais de saúde, em seu esforço para aumentar o conhecimento sobre a pós-COVID-19.

Aspectos relacionados à saúde mental e reabilitação também são importantes no tratamento da condição e a OPAS está assessorando os países sobre técnicas para apoiar a recuperação. Estas podem incluir exercícios para controlar a falta de ar e a fadiga, além de atividades para melhorar a atenção, memória e pensamento.

A OPAS está atualizando suas orientações sobre manejo e reabilitação da condição pós-COVID-19, organizando workshops e webinars e trabalhando com especialistas nos países para compartilhar informações sobre estratégias de manejo clínico.

Já a Plataforma Clínica Global para COVID-19 da OMS continua coletando e analisando informações relacionadas à infecção para apoiar pesquisas sobre o tema e conta com mais de 600 mil casos de pacientes em todo o mundo que sofreram com a doença.

Fonte: ONU Brasil

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