Medidas para controlar a COVID-19 podem ser mais eficazes ao direcionar, acolher e envolver trabalhadores informais, migrantes e outras populações em situações vulneráveis, afirmam especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). As recomendações e orientações sobre essas medidas são detalhadas na nova publicação da OPAS intitulada “Diretrizes para a aplicação de medidas não farmacológicas de saúde pública em populações em situação vulnerável no contexto da COVID-19”, disponível em espanhol.

A publicação inclui orientações sobre como melhorar a eficácia de intervenções não farmacêuticas – como fechamento de escolas e empresas, confinamento em casa, restrições de transporte e outros -, garantindo que todos possam aderir às mesmas, especialmente as populações em situações vulneráveis. São feitas recomendações sobre a identificação dos grupos mais impactados por essas intervenções e suas barreiras à adesão, juntamente com sugestões sobre como adaptar as intervenções para que as populações sejam protegidas.

“A pandemia mostrou que a vulnerabilidade vai além das características individuais e biológicas”, disse a chefe da unidade de Promoção da Saúde e Determinantes Sociais da OPAS, Gerry Eijkemans. “Em vez disso, é determinado pelo contexto social, econômico e político. Trabalhadores informais, migrantes e pessoas que vivem em condições de superlotação provaram ser especialmente vulneráveis durante a pandemia”.

A publicação de 60 páginas observa que algumas intervenções tiveram efeitos secundários negativos sobre esses grupos populacionais, muitos dos quais estavam lutando antes mesmo da COVID-19 chegar. Exorta os formuladores de políticas a abordar os efeitos indesejados de intervenções, como o fechamento de empresas, que deixam os trabalhadores informais sem remuneração. Da mesma forma, algumas das recomendações de saúde pública – como dizer às pessoas para lavarem as mãos com frequência quando têm pouco ou nenhum acesso a água limpa e sabão – têm se mostrado difíceis para eles.

“Políticas sociais inclusivas, desenvolvidas com a participação das comunidades impactadas, facilitarão a mitigação dos efeitos indesejáveis de algumas medidas de saúde pública destinadas a combater a COVID-19”, disse Eijkemans. “É absolutamente essencial garantir que os líderes sempre considerem as questões de equidade e os determinantes sociais da saúde ao considerarem como lidar com a pandemia”.

Fonte: ONU Brasil

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