Com o objetivo central de conhecer os atributos da biblioteca se estão relacionados com o desempenho do aluno do Ensino Básico e ao aprendizado, a pesquisa Retratos da Leitura – Bibliotecas Escolares, desenvolvido pelo Insper e pelo OPE Sociais, traz esses dados durante três anos, para avaliar a existência desses espaços, suas condições de uso e funcionamento, se impactam positivamente na aprendizagem. A ideia não foi qualificar as bibliotecas, mas identificar aquelas que atendem os alunos com melhor performance nos indicadores de avaliação da educação, como Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).

Além desses dados para os profissionais da educação, a pesquisa pretende contribuir na formulação de políticas públicas e programas destinados para instalação de bibliotecas e/ou espaços de leitura com foco na aprendizagem e integrados ao currículo escolar. A pesquisa também pretende reforçar a importância na implementação da lei nº 12.244/2010, que prevê a universalização de bibliotecas em escolas públicas até 2020.

A pesquisa foi em campo pela OPE Sociais em 2018 com cerca de 500 escolas de 17 Estados brasileiros. As 60 perguntas nas entrevistas pessoais (face a face) foram direcionadas aos gestores/diretores, bibliotecários/responsáveis pelas bibliotecas ou salas de leitura e professores, em sua maioria de Língua Portuguesa. A amostra também incluiu escolas públicas estaduais e municipais do Ensino Básico séries iniciais (Fundamental 1) e que participam da Prova Brasil em 2015. A amostra final conta tanto com escolas que possuem biblioteca/sala de leitura quanto com algumas que não possuem.

As avaliações foram baseadas em sete indicadores: funcionamento, espaço físico, atuação do responsável pela biblioteca, atuação do professor, uso da biblioteca, acervo e recursos eletrônicos.

Os primeiros resultados indicam que há sim uma relação positiva entre exigência de bibliotecas escolares ou salas de leitura e o desempenho escolar em Português e Matemática no 5º ano do ensino fundamental e ela é mais potente quanto mais vulnerável a condição socioeconômica do aluno.

O levantamento também trouxe que as performances da pior e da melhor escola com relação ao funcionamento da biblioteca no desempenho na disciplina Língua Portuguesa identificou um aumento de cinco pontos na escala SAEB.

Em relação ao espaço físico, a escola que mais se destacou tem um IDEB 0,2 maior do que a escola com pior espaço. O Brasil cresceu 0,3 ponto no IDEB entre 2015 e 2017. A mesma magnitude de correlação tem o indicador de uso da biblioteca. Já nas escolas de maior vulnerabilidade, com bom espaço dedicado à leitura, essa pontuação chegou a ser 0,5 maior do que outra na mesma situação.

Outro dado avaliado é a presença de um responsável qualificado em bibliotecas e salas de leitura é relevante no aprendizado. No desempenho em Língua Portuguesa é de aproximadamente 4 ponto (SAEB), ou 1/3 de um ano de aprendizado entre o 5º e 9º anos. Nas escolas mais vulneráveis, a pontuação sobe para 16 pontos no SAEB. Outra questão foi a presença de um professor que se envolva em atividades de pesquisa e leitura e incentive seus alunos a frequentar a biblioteca aumenta o desempenho em Português em até sete pontos na escala SAEB, representando 63% de um ano de aprendizado.

Das escolas analisadas: 60,6% têm bibliotecas e 33,2% salas de leitura. Em 57% o espaço de leitura é exclusivo em 37% são compartilhados com outras atividades. Em 79% o responsável pela biblioteca ou sala de leitura tem ensino superior.

Fonte: Setor 3

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