No dia 7 de setembro, as Nações Unidas alertaram que, em todo o mundo, nove em cada dez pessoas respiram ar poluído. A poluição do ar contribui para doenças cardíacas, derrames, câncer de pulmão e outras doenças respiratórias.
Segundo a organização, 7 milhões de mortes prematuras são provocadas todos os anos pela poluição do ar, sobretudo nos países de baixo e de médio rendimentos.
O alerta foi feito quando a ONU marca o primeiro Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul (7). Em mensagem para a data, o secretário-geral da organização, António Guterres, lembrou ainda que a poluição do ar também ameaça a economia, a segurança alimentar e o meio ambiente.
“À medida que nos recuperamos da pandemia do novo coronavírus, o mundo necessita prestar muito mais atenção à poluição do ar, que também aumenta os riscos associados à COVID-19. Devemos visar também a crescente ameaça das mudanças climáticas”, destacou.
A ONU destaca que limitar o aquecimento global até 1,5 grau Celsius ajudará a reduzir a poluição do ar, as mortes e as doenças.
“O confinamento deste ano fez com que as emissões caíssem drasticamente, proporcionando um vislumbre de um ar mais limpo em muitas cidades. Mas as emissões já estão a aumentar de novo, ultrapassando em alguns lugares os níveis pré-COVID. Necessitamos de uma mudança dramática e sistêmica”, acrescentou Guterres.
Ele elencou algumas das medidas úteis para abordar o problema. “Normas, políticas e leis ambientais reforçadas que evitam as emissões de poluentes atmosféricos são mais necessárias do que nunca. Os países também têm de acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis. E, a nível internacional, os países têm de cooperar para se ajudarem na transição para as energias limpas.”
António Guterres pediu aos governos que ainda financiam projetos relacionados com combustíveis fósseis em países em desenvolvimento que mudem esse apoio para energias limpas e transportes sustentáveis.
“Exorto todos os países a usar os pacotes de recuperação pós-COVID para apoiar a transição para empregos saudáveis e sustentáveis. Hoje, 7 de setembro, marca o primeiro Dia Internacional do Ar Limpo para o Céu Azul. Vamos trabalhar juntos para construir um futuro melhor com ar puro para todos”, concluiu.
Saiba mais no site especial dedicado à data e ao tema: www.cleanairblueskies.org/pt-br.
Ação global para combater a poluição do ar
Os esforços globais para reduzir a poluição do ar e seus efeitos recebem um impulso no primeiro Dia Internacional do Ar Limpo para um céu azul, à medida que episódios extremos de poluição do ar continuam a aumentar em todo o mundo.
O dia internacional, adotado pela Assembleia Geral da ONU em 2019 e cuja observância é facilitada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), destaca a necessidade urgente de promover ações para melhorar a qualidade do ar e garantir o ar puro para todos e todas.
Em muitas partes do planeta, eventos extremos de poluição do ar tornaram-se um fenômeno sazonal. No início de novembro, Nova Déli e outras cidades no norte da Índia experimentam níveis de poluição do ar que resultaram no cancelamento de voos e obrigaram as pessoas a ficarem em casa. Em Ulaanbaatar, na Mongólia, e em Bangkok, na Tailândia, esses eventos ocorrem em janeiro e fevereiro. Na Califórnia e na Austrália, a mudança climática alimentou incêndios florestais de verão, o que causou a destruição de habitats e cobriu vastas áreas em uma névoa sufocante.
Esses são exemplos de uma crise que afeta a todos: a poluição do ar constitui o maior risco ambiental à saúde humana e é uma das principais causas evitáveis de morte e doenças. Todos os anos, 7 milhões de pessoas morrem prematuramente no mundo devido às complicações causadas pela poluição do ar – e outras milhões vivem com consequências desse problema, que afeta também a saúde de outras espécies e do planeta.
“Em todo o mundo, nove em cada dez pessoas respiram ar impuro. O alcance deste desafio requer ação determinada por parte de governos, empresas e comunidades para acabar com a dependência de combustíveis fósseis em favor de energias renováveis, limpas e acessíveis ”, disse o secretário-geral da ONU, na sua mensagem sobre o dia.
A poluição do ar não só ameaça a saúde das pessoas, mas também tem impactos negativos sobre as plantas e os ecossistemas. A poluição do ozônio sozinha é responsável pela perda de 52 milhões de toneladas de safras a cada ano em todo o mundo.
Muitos gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos também aceleram a crise climática, o que significa que esse problema não só prejudica a saúde e a qualidade de vida hoje, mas também torna o futuro menos seguro para as próximas gerações.
“Estou muito feliz em comemorar o primeiro Dia Internacional do Ar Limpo para um céu azul. Espero que este evento ajude a aumentar a consciência global sobre a poluição atmosférica transfronteiriça e se torne um marco importante nos esforços para alavancar soluções por um ar mais limpo”, disse Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul, país anfitrião global do dia.
Hoje, soluções práticas e econômicas estão disponíveis para enfrentar esse desafio. As emissões de poluentes não conhecem fronteiras internacionais e, portanto, os países devem trabalhar juntos para priorizar medidas de redução da poluição do ar e investir nelas. A pesquisa mostra que a energia renovável é mais lucrativa hoje do que nunca.
O Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul apela a uma maior cooperação internacional a nível global, regional e sub-regional. Fornece uma plataforma para fortalecer a solidariedade global, bem como para aumentar as ambições e o ímpeto político para a ação contra a poluição do ar e as mudanças climáticas, incluindo medidas como o aumento da coleta de dados sobre a qualidade do ar, realizando pesquisas conjuntas, o desenvolvimento de novas tecnologias e o intercâmbio das melhores práticas.
“A poluição do ar é o maior risco ambiental para a saúde humana, tem um impacto desproporcional nos mais pobres e nos custos ambientais devido aos gastos com saúde, perda de produtividade, redução da produtividade agrícola ou redução da competitividade das cidades” disse Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA.
“Os lockdowns provocados pela COVID-19 nos mostraram que céus mais limpos são possíveis. Que as pessoas estão dispostas a ouvir ciência. Que podemos agir rapidamente para proteger a saúde humana. Devemos tomar medidas urgentes para erradicar a poluição. Se fizermos isso, podemos salvar milhões de vidas e bilhões de dólares a cada ano”, acrescentou Andersen.
Diante dos desafios globais impostos pela poluição do ar, mudanças climáticas, desigualdades sociais e econômicas e a pandemia de COVID-19 em curso, temos a chance de reconstruir melhor”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“Muitos governos já tomaram medidas para alinhar as políticas de saúde, poluição do ar e clima. Agora é a hora de repensar como organizamos nossas sociedades, nossas cidades, nosso transporte e como cozinhamos ou aquecemos nossas casas – pelo bem da saúde”.
O primeiro Dia Internacional do Ar Limpo para um céu azul foi marcado por uma série de eventos pelo mundo, incluindo a abertura oficial, oficializada pelo presidente sul-coreano; o Fórum Internacional de Ar Limpo para um céu azul, organizado por Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU e atual presidente do Conselho Nacional da Coreia do Sul sobre Clima e Qualidade do Ar, e um evento do PNUMA liderado pela diretora-executiva Inger Andersen, que teve a companhia de ministro do Meio Ambiente da Coreia do Sul, Cho Myung-Rae, e do diretor-geral da OMS.
Fonte: ONU Brasil