A cidade de São Paulo realizará o mapeamento de pessoas trans para construir políticas públicas que atendam às necessidades dessa população. Só neste ano 106 pessoas trans foram assassinadas no Brasil. Além da violência, travestis e transexuais e homens trans sofrem com problemas que vão da educação ao mercado de trabalho.
“A população LGBT enfrenta um problema seríssimo na hora de procurar um emprego”, diz Valéria Rodrigues, coordenadora do Instituto Nice. “E nisso a população trans, as travestis e transexuais são muito aceitas nas ruas, mas na hora de conseguir uma vaga de emprego a coisa complica bastante”, afirma, em reportagem de Jô Miyagi, no Seu Jornal desta terça-feira (10), na TVT.
“Precisa ter condições de pagar o seu aluguel, comer, se vestir e o horário que é para estar estudando ela está nas ruas”, diz Valéria.
Para descobrir quem são e quais as necessidades dessa população, o município de São Paulo fará o 1º Mapeamento de Travestis, Transexuais e Homens Trans da cidade. Nesta terça-feira, foram discutidas a metodologia e o questionário da pesquisa.
“A partir desse dado, eu conheço essa população e elaboro onde essas pessoas estão”, diz Luiz Fernando Prado Uchoa, responsável pedagógico do programa Transcidadania. “Se estão no Centro, ou na periferia, qual é a renda mínima dessas pessoas para se pensar em elevação”.
Segundo Uchoa, esse público sofre de “apagamento”, ou “invisibilidade”. “Como combater isso, e garantir acesso e permanência, fazer com que as pessoas entendam a pluralidade existente no universo trans”, afirma.
A pesquisa terá 20 questões e será aplicada por 20 mulheres trans que serão selecionadas até o fim de dezembro. Saúde, trabalho, lazer e educação estão entre os temas abordados.
Fonte: Rede Brasil Atual