Cientistas da Holanda e da Bélgica afirmaram que mais dois pacientes, um em cada país, foram reinfectados pelo novo coronavírus, de acordo com a divulgação da imprensa holandesa no dia 25 de agosto.

O relato dos casos acontece um dia após pesquisadores de Hong Kong confirmarem o primeiro caso de reinfecção no mundo.

A virologista Marion Koopmans, da TV holandesa, esclareceu que as reinfecções eram esperadas, mas é necessário entender em quais circunstâncias elas acontecem. “Que alguém apareça com uma reinfecção, não me deixa nervosa”, disse. “Temos que ver com que frequência isso acontece.”, afirmou.

Diferente de alguém que permanece com o vírus no corpo por um longo tempo, a reinfecção significa que um vírus com uma cepa diferente – um genoma alterado pelas mutações que os vírus sofrem a fim de “sobreviverem” em diferentes circunstâncias – atingiu novamente um paciente que já tinha tido Covid-19.

O estudo dos diferentes genomas do coronavírus é crucial para a análise das vacinas em desenvolvimento.

Casos

O primeiro caso foi confirmado por cientistas em Hong Kong, província independente da China, na segunda-feira 24. Os pesquisadores publicaram sobre o caso em uma revista científica e especificaram que o paciente foi reinfectado por uma mutação do coronavírus que originalmente tinha adquirido. O homem de 33 anos não possui comorbidades e teve as duas infecções em um intervalo de 4 meses e meio.

Já nesta terça-feira, a TV estatal da Holanda confirmou que as autoridades identificaram a reinfecção em um paciente idoso, com o sistema imunitário mais comprometido.

Na Bélgica, um homem não teria desenvolvido anticorpos o suficiente em sua primeira infecção, o que fez com que ele tornasse a ser acometido pela doença – mas também por uma mutação do vírus.

OMS pede cautela

Em resposta ao primeiro caso de reinfecção, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na segunda-feira que os cientistas ainda não conseguiram determinar quanto tempo dura a resposta imunológica de uma pessoa previamente contaminada com o Sars-Cov-2, e nem quão forte ela é.

Mesmo assim, a porta-voz da instituição, Margaret Harris, ressaltou que o evento não parece ser “regular”.

Além disso, Harris também afirmou que o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus, que tem diferentes testes correndo ao mesmo tempo no mundo, ofereceria uma imunidade tipicamente maior do que aquela apresentada por alguém anteriormente contaminado.

“Cada vírus tem perfis diferentes ou tipos de imunidade diferentes que ele estimula – o que chamamos de imunidade natural: o que o seu corpo faz se você for infectado”, explicou.

“Com uma vacina, o ideal que se quer é uma imunidade mais forte. É uma das coisas que se procura quando se estuda que tipo de imunidade a vacina gera”, disse.

Brasil investiga 20 possíveis casos

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, no Brasil existem ao menos dezesseis possíveis casos em investigação pela Universidade de São Paulo (USP) e outros quatro no Rio de Janeiro, analisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A USP já havia alegado que uma técnica de enfermagem de 24 anos tinha possivelmente se reinfectado com o coronavírus cerca de 50 dias após testar positivo pela primeira vez.

A pesquisa foi publicada no dia 06 de agosto e contou com cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. “O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por SARS-CoV-2, como de recidiva clínica da covid-19”, alegou a publicação.

Fonte: Carta Capital

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