Embora lavar as mãos com sabão seja fundamental na luta contra doenças infecciosas, incluindo a COVID-19, bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso imediato a um local para lavar as mãos, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no dia 15 de outubro, Dia Mundial de Lavagem das Mãos.

“A pandemia destacou o papel essencial da higiene das mãos na prevenção de doenças. Também enfatizou um problema preexistente para muitos: lavar as mãos com sabão continua fora do alcance de milhões de crianças nos lugares onde nasceram, vivem e aprendem”, disse Kelly Ann Naylor, diretora associada de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF.

“É inaceitável que as comunidades mais vulneráveis sejam incapazes de usar os métodos mais simples para se proteger e proteger seus entes queridos. Devemos tomar medidas imediatas para tornar a lavagem das mãos com sabão acessível a todos, em qualquer lugar – agora e no futuro”.

De acordo com as últimas estimativas:

  • Apenas três em cada cinco pessoas em todo o mundo têm instalações básicas para a lavagem das mãos.
  • Três bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, não têm lavatórios com água e sabão em casa.
  • Quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.
  • 43% das escolas não tinham instalações para lavar as mãos com água e sabão, afetando 818 milhões de crianças em idade escolar.
  • Nos países menos desenvolvidos, sete em cada dez escolas não têm lugar para as crianças lavarem as mãos com água e sabão.
  • Nos 60 países identificados como de maior risco de crises de saúde e humanitárias devido ao vírus:
    • Duas em cada três pessoas – 1 bilhão de pessoas no total – não têm instalações básicas para lavar as mãos com água e sabão em casa. Cerca de metade são crianças.
    • Três em cada quatro crianças não tinham serviço básico de lavagem das mãos na escola no início do surto; metade de todas as crianças não tinha serviço básico de água; e mais da metade não tinha serviço de saneamento básico.
  • Na África ao sul do Saara, 63% das pessoas nas áreas urbanas, ou 258 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Cerca de 47% dos sul-africanos urbanos, por exemplo, ou 18 milhões de pessoas, não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa, sendo os habitantes urbanos mais ricos quase 12 vezes mais propensos a ter acesso a instalações para lavar as mãos.
  • Na Ásia Central e Meridional, 22% das pessoas nas áreas urbanas, ou 153 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Por exemplo, quase 50% dos bengalis urbanos, ou 29 milhões de pessoas, e 20% dos indianos urbanos, ou 91 milhões, não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.
  • No Leste da Ásia, 28% dos indonésios urbanos, ou 41 milhões de pessoas, e 15% dos filipinos urbanos, ou 7 milhões de pessoas, não possuem instalações básicas para lavar as mãos em casa.

O UNICEF trabalha em todo o mundo para garantir que crianças e famílias tenham acesso a instalações adequadas para a lavagem das mãos. Além de promover a lavagem das mãos em mais de 130 países, o UNICEF e a OMS lançaram a iniciativa Higiene das Mãos para Todos para apoiar o desenvolvimento de estratégias nacionais para acelerar e sustentar o progresso no sentido de tornar a higiene das mãos um esteio das intervenções de saúde pública. Isso significa melhorar rapidamente o acesso a instalações para lavagem das mãos, água, sabão e desinfetante para as mãos em todos os ambientes, bem como promover intervenções de mudança de comportamento para práticas ideais de higiene das mãos. Reunindo parceiros internacionais, nacionais e locais, a iniciativa visa garantir que produtos e serviços acessíveis estejam disponíveis e sejam sustentáveis, especialmente em comunidades vulneráveis e desfavorecidas.

No Brasil, água, saneamento e higiene são desafios O acesso a serviços básicos de água e esgoto não está garantido em grande parte do Brasil – o que tem amplificado o impacto da pandemia de Covid-19 no País. Dados do Programa Conjunto de Monitoramento da OMS e do UNICEF para Saneamento e Higiene (JMP) indicam que 15 milhões de brasileiros residentes em áreas urbanas não têm acesso à água tratada. Em áreas rurais, 25 milhões gozam apenas de um nível básico desses serviços, e 2,3 milhões usam fontes de água não seguras para consumo humano e higiene pessoal e doméstica.

Os números são igualmente alarmantes quando se trata de coleta e tratamento de esgoto. No Brasil, mais de 100 milhões de pessoas não possuem acesso a uma rede segura. Desse total, 21,6 milhões usam instalações inadequadas, e 2,3 milhões ainda defecam a céu aberto.

A situação precária também se reflete nas escolas: de acordo com as estimativas do JMP, 39% não possuem serviços básicos para lavagem das mãos. As desigualdades entre as regiões são tremendas. Apenas 19% das escolas públicas do Estado do Amazonas têm acesso ao abastecimento de água e alguns estados da Região Norte registram menos de 10% das escolas com acesso ao sistema público de esgoto.

Os dados sobre o acesso às instalações de lavagem das mãos vêm dos relatórios do Programa Conjunto de Monitoramento do UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Saneamento e Higiene. Os dados sobre mortes por diarreia relacionada à falta de água, saneamento e higiene baseiam-se na avaliação da OMS sobre o peso da doença devido a água, saneamento e higiene inadequados e as estimativas mais recentes de mortalidade infantil do Grupo Interagencial das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil.

Fonte: ONU Brasil

Please follow and like us: