A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) deverá ampliar as suas ações no apoio às comunidades de baixa renda nas regiões onde atua, com a sede de um núcleo do Comitê de Entidades Públicas no Combate à Fome e pela Vida (Coep).
O assunto foi discutido na manhã desta terça-feira (23/4), em encontro entre o reitor Antonio Alvimar Souza e o coordenador do Coep no Instituto Renê Rachou/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Belo Horizonte, Áureo Almeida de Oliveira, juntamente com Pró-Reitores da Unimontes.
A reunião, realizada na Reitoria, contou também com a participação da professora Nídia Figueiredo Carneiro, do Departamento de Saúde Mental e Saúde Coletiva, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). Na oportunidade, o coordenador do Coep na Capital Mineira apresentou as metas do comitê, que visa reunir empresas, universidades, órgãos governamentais, entidades de classe e organizações não governamentais, com o objetivo de somar esforços na articulação e implementação de ações voltadas para o combate à fome e à miséria.
A iniciativa nasceu da Campanha da Cidadania contra a Fome e a Miséria, lançada pelo sociólogo norte-mineiro (natural de Bocaiuva) Heberth Souza (in memorian), o Betinho, no início dos anos 1990. O Coep mobiliza organizações e pessoas, articula parcerias, incentiva a prática de projetos inovadores, capacita para atuação na área social e divulga conhecimentos e ações voltadas para a promoção do desenvolvimento humano e social.
Como estratégia para o combate à fome, o comitê usa o “Pão Forte” para combater as deficiências nutricionais em comunidades carentes, sobretudo, no Vale do Jequitinhonha. Desenvolvido pelo professor Munir Chamone, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o “Pão Forte” é uma mistura balanceada de arroz, soja, fubá, farinha de trigo, óleo, amendoim, açúcar e sal, que recebe um suplemento de ferro e vitaminas B9 e B12.
O COEP, por intermédio do núcleo no Instituto Renê Rachou/Fiocruz, desenvolve ações na localidade de Tabuas, no município de Montes Claros, onde é feito trabalho de pesquisa e de combate à esquistossomose. Ainda no local, também é realizado o apoio às famílias para a melhoria da qualidade de vida, em parceria com associação comunitária local.
Na reunião na Reitoria, Áureo Oliveira fez uma apresentação geral do COEP e destacou que o objetivo é alinhar as ações para que a Unimontes possa sediar um dos Comitês de Combate à Fome e pela Vida, em ação conjunta com diversas outras empresas e entidades públicas e privadas que já estão parceiras do COEP. Entre os parceiros estão a Receita Federal, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, além de entidades estaduais como o Serviço Social Autônomo (Servas MG).
Proximidade com a comunidade
O Reitor Antonio Alvimar de Souza destacou que a proposta de criação do núcleo do COEP vem ao encontro da meta da Universidade Estadual de Montes Claros de maior inserção junto à população ao seu redor, por intermédio dos seus programas de extensão, projetos de ensino e de pesquisa e dos seus diversos departamentos. “A Unimontes é uma universidade que tem compromisso com as populações do seu entorno”, disse reitor.
Ele salientou que moradores de comunidades rurais de Montes Claros enfrentam diversos problemas, como a ausência de redes de esgoto, falta de água tratada e dificuldade de acesso aos serviços de saúde. “Acreditamos que a Universidade pode contribuir para levar os benefícios às comunidades”, afirmou Antonio Alvimar. Ele lembrou, ainda, que em muitos lugares, há décadas, os moradores sofrem com problemas que não são resolvidos por causa da rivalidade política. “Essas questões precisam ser superadas”, pontuou.
Durante o encontro, ficou acertado que, a partir de agora, a Unimontes iniciará os trabalhos para implantação efetiva de um núcleo do Comitê de Entidades Públicas no Combate à Fome e pela Vida na instituição. Seguindo a metodologia do COEP, as atividades voluntárias serão desenvolvidas em conjunto com outras organizações, objetivando alcançar todos os municípios do Norte de Minas.
Com informações Unimontes